As cicatrizes não obedecem senão à si mesmas
O seguinte texto traduzido pelo EMF Brasil, é somente uma pequena parte dum de nossos textos fundamentais: Iatroclastia. Ele é o resultado de nossas experiências patopraticas, que expomos no ano de 1979 no congresso do Coletivo Freudiano em Paris.
...As cicatrizes estão desafiando e resistindo a qualquer simbolismo vaginal, qualquer teoria da castração, qualquer descrição e qualquer outro bisturi. Cicatrizes não obedecem [hoeren: ouvir, obedecer] à amnésia geral de NIETZSCHE em favor dos médicos-como-super-homens [Arzt-ueber-Menschen], pois não ouvem ou obedecem [hoeren auf] às suas broncas contras os ressentimentos "daqueles que saem sempre perdendo". E elas tampouco ouvem ou obedecem às recomendações mnemotécnicas de Schopenhauer, favoráveis à saúde. Elas não param de modo algum [auf-hoeren], mas seguem pressentindo tudo antecipadamente e seguem sentindo tudo novamente [alles vormerken, allem nachspueren]. Elas obedecem patologicamente à si mesmas, como se estivessem mantendo-se em servidão ou como se fossem súcubas de si mesmas [hoerig nur sich selbst, Selbstbegattung, veja Hegel] até a auto-mediação, libertando-se da polaridade no sexo [bis zur geschlechterfreien Selbstbegattung]. Essa é a sua relação básica com a sexualidade...
Tomado de: Iatroklasie / Iatroclastia / Iatroclasm / Iatroclasme
Tradução:
PF/SPK EMF Bra
PF/SPK EMF Espa
Redação final: HUBER
KRANKHEIT IM RECHT
Frente de Pacientes / Coletivo Socialista de Pacientes, PF/SPK(H), 27.01.2014